32º DIA – 09.11.2009 –
2ª feira
(CHILE: Pucón)
Hoje foi espetacular! Tivemos o melhor café-da-manhã da
viagem. Um buffet montado de forma mais parecida com a que vemos nos hotéis no Brasil.
A vista do Lago Villarrica também
coroou tudo.
Visitamos a principal
atração da cidade, o Vulcão Villarrica.
Antes de irmos ao vulcão, visitamos o lugar chamado de Cueva Volcánica (www.cuevasvolcanicas.cl),
uma caverna formada pela passagem das lavas de uma das erupções ocorridas há
muitíssimo tempo.
As erupções mais
críticas foram as de 1982 e 1994. Ano passado ele também entrou em erupção. Esse é o
mais ativo dos vulcões chilenos.
Quando saímos do hotel o
tempo estava nublado. Começamos a subir para a Cueva Volcánica por uma estrada de terra bem escura, característica
de solo vulcânico. Observamos que do nosso lado direito havia uma vala bem
larga, mas não sabíamos o que era.
Quando chegamos à cueva havia
muita neve no chão, e nem tínhamos subido tanto. Estávamos a apenas 1.000 m de altitude.
Estava congelante,
nevando e nublado. Parecia que tínhamos entrado numa câmara de tele-transporte
e rapidamente passado para um lugar muito frio.
No caminho até lá a
coisa ficou tão feia, com a neve tão alta, que eu comecei a pedir ao Marcio
para voltar e descer a serra. O meu medo era de o carro escorregar e ficar sem
controle.
Caminho
para a Cueva Volcánica – Pucón - Chile
Até na
sinalização havia neve acumulada – Pucón - Chile
Olha a quantidade de neve! Nem parece que estamos em novembro. Pucón -
Chile
Quando chegamos ao
local, encontramos um grupo de idosos, com idade média de 70 anos. Falavam
alemão e inglês da Inglaterra.
Lá havia algo parecido
com um bar/café, onde compramos o ticket para a visitação. Pagamos CH$
15.000,00/pessoa (US$ 28,85/R$ 57,69).
O grupo de velhinhos tinha
feito, a pé, o trecho de 11 km
que fizemos de carro. Surpreendente a disposição deles! Situação impensável
para o idoso brasileiro.
Turma de idosos se aquecendo no bar/café da Cueva Volcánica – Pucon -
Chile
Até chegarmos ao ponto
de visitação, não tínhamos idéia do que íamos ver. Eu pensava que seria uma
caverna, mas era o trajeto da lava durante a erupção do Vulcão Villarrica. Incrível! É uma vala larga, igual a que vimos da
estrada. A lava quente destrói tudo e não sobra nada no caminho.
Nossa guia chamava-se Soledade, e com ela obtivemos todas as informações
sobre vulcões, erupções e lavas, além da capacidade destrutiva deles.
Fotos ilustrativas da formação dos vulcões – Cueva Volcánica – Pucón -
Chile
Os meses de maior
atividade vulcânica aqui são novembro e dezembro. Imagina uma erupção agora!
Erupção do
Villarrica em 1984 – Pucón - Chile
Uma empresa privada mantém
o lugar, e para isso tem concessão permanente da terra.
Visitamos 500 m da caverna. Ela possui três
salões: o Catedral, o Chocolate e o do Puma, tudo formado
por lavas petrificadas. Muito interessante!
Salão do
Puma – Cueva Volcánica – Pucón - Chile
Quando voltamos à
superfície, já vimos, pela boca da caverna, que havíamos sido premiados com o
céu azul e o sol. Era outro planeta de novo. Muito lindo! Com o sol, a neve tem
outro brilho.
Quando entramos, nevava e o céu estava nublado. Na saída, céu azul.
Pucón – Chile
Com o tempo mais limpo, vimos o vulcão inteiro.
Coisa rara, uma vez que o clima muda rapidamente. Foi um show!
Nós e o
Vulcão Villarrica ao fundo – Pucón - Chile
Marcio fazendo
malabarismo na neve – Pucón - Chile
Fomos até a vala que foi aberta pelas lavas em uma das erupções.
Passarela sobre o canal
aberto pelas lavas – Pucón - Chile
Pela nevasca que estava caindo antes de entrarmos na caverna,
pensei que ao voltarmos encontraríamos o carro soterrado. Ainda bem que me enganei.
Céu
azul, mas estava frio e tudo branco de neve – Cueva Volcánica – Pucón - Chile
O Vulcão Villarrica
tomou conta do carro direitinho.
O trator tinha passado e limpado a neve da estrada. Por isso,
a volta estava muito mais tranqüila que a ida.
Paramos para almoçar nossos sanduíches, mas não pudemos
descer do carro, pois uns cachorros apareceram latindo e ficamos com medo. É
animal dos moradores da região.
Depois de comermos, seguimos mais 8 km em direção ao topo do
vulcão. A neve piorou e fiquei com mais medo ainda. O Marcio a toda hora me
mandava parar de pentelhar. Eu já estava para descer do carro e ir a pé.
Seguimos até a estação de esqui, descemos do carro e, de
novo, mais cachorro apareceu.
Começamos a correr de volta ao carro. Eu me estabaquei na
neve, junto com a câmera fotográfica. O pior é que ela estava com a lente toda
para fora, pois eu estava tirando foto da estação de esqui quando tudo aconteceu.
Foi cômico para não dizer trágico. Estou escrevendo e rindo.
Foi muito engraçado! Com a mesma rapidez com a qual eu caí, me levantei. Quando
eu gritei para o Marcio que tinha caído, ele olhou e já me viu de pé e correndo.
A sorte é que os cachorros só fizeram barulho e voltaram.
O saldo da queda foi o meu joelho, que já vinha doendo e
piorou muito. Com a câmera, nada aconteceu.
Que mundão branco! Muito
frio e neve. Foi nesse ambiente que tivemos que correr do cachorro. Pucón -
Chile
Nesse trecho onde estávamos o trator não tinha passado, e a
coisa estava russa.
Com o volume de neve, em
alguns trechos a barriga do carro ia arrastando – Pucón - Chile
A sorte foi o piloto e o carro serem bons e darem conta do
recado. Fazer trilha na neve, quando não tem gelo, é semelhante às que fazemos.
O duro é se convencer disso.
Voltamos para Pucón
e passeamos um pouco pelas lojas. Aqui é bem turístico. Vimos muitos europeus
por onde andamos, principalmente alemães.
Achei as pílulas de lactase que tanto procurei na Argentina.
Estava um pouco mais em conta do que no Brasil, onde só existem em farmácias de
manipulação. Aqui é como nos EUA, que existe industrializada e para pronta-entrega.
O meu joelho estava danado doendo. Mesmo mancando, resisti e
seguimos passeando.
Jantamos, como de costume, por volta das 21 h da “tarde”.
Comemos num restaurante indicado pela guia Soledade,
em frente ao de onde jantamos ontem, na esquina da O’Higgins com a Fresia, o
Restaurante Trawen. A recomendação
foi por causa da comida orgânica que é servida lá.
Salão do Restaurante
Trawen – Pucón - Chile
Comemos muito bem. O lugar é bem transado.
Voltamos para o hotel, fiz uma compressa com água gelada da
torneira e consegui dormir antes das 23 h.
Amanhã deixaremos novamente o Chile e vamos para a cidade de
Neuquén, na Argentina, terra do vinho
e do dinossauro.
Acréscimos do Marcio
De fato, nosso dia hoje
foi emocionante. Começou com a mudança quase que repentina na paisagem, quando
fomos para a Cueva Volcánica, distante menos de 10 km do centro de Pucón.
Quando saímos do hotel,
o tempo estava um pouco nublado e com o frio com o qual já havíamos nos
habituado.
Na entrada do Parque
Nacional Villarrica, no qual estão situados a cueva e o vulcão, o guarda-parque
nem quis nos cobrar o ingresso, dizendo que não achava justo fazê-lo, uma vez
que por causa do tempo não aproveitaríamos plenamente o local. Perguntou-nos se
o carro era 4x4, já que somente veículos assim conseguiriam percorrer os
caminhos naquele dia.
Entramos e optamos por
visitar primeiro a Cueva Volcánica, pois se tratava de uma atração subterrânea
e que não dependia do tempo. Torceríamos para que as nuvens se dissipassem,
para o cume do Vulcão Villarrica ficar visível.
Para lá seguimos. Após
uns 2 km ,
a estrada começou a ficar cada vez mais branca com a neve que caía. Até as
placas sinalizadoras continham neve acumulada sobre elas.
Em uma das paradas para fotos, a Clênia avistou pegadas de
pessoas na neve. Ficamos imaginando quem já teria passado por ali, a pé, com
aquele tempo horrível (mas que estava nos proporcionando uma paisagem lindíssima).
Quando chegamos, descobrimos de quem eram as pegadas. Eram
de uns 15 idosos – todos europeus -- que estavam fazendo trekking por aquelas
bandas. Haviam subido uns 11
km naquelas condições climáticas. Incrível!
Após a visitação, quando paramos num platô para almoçar
nossos sanduíches, apareceram dois cachorros (perros, em espanhol) que ficaram
latindo desesperadamente em nossas janelas. Acho que sentiram o cheiro de
comida. Logo cansaram e se afastaram.
Depois desse fantástico almoço a bordo, seguimos pela estrada
que levava ao cume do vulcão. A neve voltou a ficar intensa na pista.
Pouco adiante havia uma placa informando sobre aluguel de
correntes para pneus e de roupas para neve. Passamos direto.
Desse ponto em diante a coisa ficou ainda mais russa, com a
neve tão alta que arrastava no fundo do carro. Estávamos andando com tração nas
4 rodas e com reduzida.
De repente chegamos ao local da estação de esqui, de onde
saía o teleférico. Tudo estava fechado, pois não acreditaram que em pleno mês
de novembro ainda estaria fazendo um tempo daquele.
Como a partir dali não dava mais para distinguir onde era o
caminho do carro, pois tudo estava tomado por neve, resolvemos manobrar e
voltar.
Antes de iniciar a volta, descemos do carro e tirar algumas
fotos. Foi aí que aconteceu a cena mais engraçada da viagem até o momento.
Estava eu apreciando a paisagem, enquanto a Clênia se divertia
tirando fotos. De repente ouvimos um latido de cachorro, frenético e se aproximando.
Já correndo em direção ao carro, ouvi a Clênia gritar que
havia caído. Não demorei 1 segundo para olhar para trás, e lá estava ela, já de
pé e correndo com a câmera fotográfica na mão, com o braço estendido para cima
como se fosse a Estátua da Liberdade. Foi hilário! Acho que ela
não caiu, mas quicou na neve. Rimos até quase mijar nas calças.
E o cachorro que causou tudo isso? Pois é, ninguém viu o
animal até agora. Mas serviu para darmos boas risadas.
No Restaurante Trawen,
onde jantamos por sugestão da nossa guia Soledade, comi um peito de frango com
purê de maçã. Estavam uma delícia. O frango foi servido grelhado e dourado em
algo um pouco adocicado, coberto por algum tipo de cereal. Delícia!
O ambiente era super
aconchegante, todo em madeira, com aquecimento e com rede de Wi-Fi grátis, como
em praticamente 100% dos lugares no Chile e na Argentina.
Amanhã partiremos para
uma das regiões de vinícolas na Argentina, Neuquén.
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